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As cefaleias na Pindorama

  • 21/03/2019

As cefaleias na Pindorama

Escrito por Onésimo Ázara Pereira

Não nos consta que existam métodos de avaliação entre os problemas dos  cidadãos  e o consumo de analgésicos. Contudo, podemos imaginar quanta dor de cabeça é gerada, diuturnamente, aos estressados moradores, em particular, das grandes cidades. Mais ainda, entendemos que é infindável o número de motivos que levam o nosso sofrido povo a esta síndrome neurálgica que tanto afeta a nossa sociedade moderna: o salário terminando antes do mês com um monte de contas a pagar, aluguel atrasado, doenças, assaltos, morte, escola dos filhos, desilusões amorosas, derrota do time de futebol e tantos outros motivos.
Existem, segundo os  entendidos, vários tipos de dor de cabeça e não é o escopo deste trabalho analisá-los caso a caso. A Consultoria Farmoquimica está tentando analisar como o brasileiro combate as suas dores de cabeça, considerando que os principais analgésicos disponíveis são de venda livre no Brasil.
Embora estejamos na era da biotecnologia moderna, curiosamente, os principais ícones do tratamento da dor de cabeça, tem as suas histórias iniciadas no final do século 19 ou nos primórdios do século 20. Estes ícones são:

- ácido acetilsalicílico (aspirina)
- dipirona
- paracetamol

Claro, que existem muitos outros analgésicos no mercado, mas estes três farmoquimicos se destacam pelos volumes utilizados.

Quanto o brasileiro consumiu destes produtos em 2018? Este consumo está ligado aos problemas diários? Vejamos:


IMPORTAÇÕES EM 2018

Farmoquimico                   Peso (kg)                        Valor (US$ FOB)                    Preço médio US$ FOB/KG

aspirina                                       428.363                             1.971.027,00                                          4,60

dipirona                                     2.639.350                         38.815.361,00                                         14,71

paracetamol                              1.975.128                          10.614.437,00                                          5,37

Total:                                     5.042.841                       51.400.825,00                                  10,19




Como não existe produção no Brasil de nenhum destes ícones de ação analgésica, entendemos que deles o brasileiro consumiu em 2018 pouco mais de cinco mil (5.000) toneladas. Haja dor de cabeça!!! Claro, a crise esteve brava... Ainda bem que todos estes três farmoquimicos encontram-se disponíveis nas farmácias e drogarias como produtos de venda livre. 

A aspirina, que é o ácido acetilsalicílico, ocupa a 3ª posição dos analgésicos consumidos no mundo. Embora sintetizada em 1853 por processo de acetilação do ácido salicílico, somente em 1897 a Bayer colocou este farmoquimico sob a forma de medicamento, produzido pela  marca de fábrica ASPIRINA. No Brasil este medicamento foi introduzido a partir de 1901. Em 1906 a aspirina foi patenteada em todo o mundo. Quantas dores de cabeça ela curou em todos estes anos? Cartas para a nossa redação.

A dipirona cuja molécula já é um sal sódico (não há necessidade de designá-la como dipirona sódica, o que seria uma redundância) também é chamada de metamizol. A dipirona pertence à família das pirazolonas que são as substâncias farmacêuticas mais antigas obtidas por síntese química (final do século 19). Por sua ação farmacológica importante como analgésico e sua maior tolerância, em 1921 foi utilizada comercialmente. Em 1922, a Novalgina da Hoescht (esta é a marca da fera) passou a frequentar as prateleiras das farmácias e drogarias do Brasil. Em todos estes anos quantos conciliaram o sono com a ajuda deste ícone farmoquimico?

O paracetamol, também atende pelo nome de acetaminofeno. Este, contudo, tem uma história bem diferente dos seus colegas aspirina e dipirona. Ele nasceu, por acaso, após uma longa gestação, pois os cientistas lá pelo ano 1893 propunham como analgésicos o uso da acetanilida e da fenacetina, mas descobriram que a ação analgésica, efetivamente, era do seu metabolito: o paracetamol.

Então em meados do século 20, mais precisamente em 1956, o paracetamol como medicamento passou a  ser vendido na Inglaterra. Contudo, o seu uso mais ampliado deu-se a partir de 1970. A esta potência no combate às dores, foi dado o nome (marca) de Tylenol. Neste período todo, quantos alívios para dores podemos contabilizar?

Estes são os três “velhinhos” que nos ajudaram a vencer, galhadarmente, dores de cabeça em 2018. Como serão as importações deles em 2019 só saberemos no final deste ano. Será que existe alguma relação entre a crise econômica e o consumos de analgésicos?


A conferir....


 


(*) Farmacêutico e Titular da Consultoria Farmoquimica

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